Os clássicos: Victor Hugo

Victor Hugo

Nome completo: Victor-Marie Hugo

Nascido em Besançon (leste da França) em 26 de fevereiro de 1802

Falecido em Paris em 22 de maio de 1885, de congestão pulmonar.

Nascido sob o império pungente de Napoleão, e morto com a República definitiva, Hugo só podia ser um reflexo de seu tempo. Ao mesmo tempo poeta, autor de teatro, jornalista, exilado político e depois Senador, sua obra de ficção não impressiona: são nove títulos, mas que contam muito mais histórias.

Três são clássicos incontornáveis : O Corcunda de Notre Dame (Notre Dame de Paris), Os Miseráveis (Les Misérables) e Noventa e três (Quatrevingt-Treize). Mas é claro o talento de Victor Hugo não se limitou ao romance. No total, são 53 volumes e mais de 40 milhões de caracteres. É um dos raros a ter alcançado o reconhecimento de seus pares (todavia não foi tão fácil assim no início), do público (estavam mais de dois milhões para abraçar seu caixão debaixo do Arco de Triunfo) e… de seu gerente de banco!

Com Hugo, podem esquecer a imagem do artista magrinho, de condição precária e que não come a contento todos os dias. Aqui estamos falando do bom burguês, que ama a mesa farta e não abre mão dos pequenos e mesmo grandes prazeres. No quesito habitação, mesma coisa. Na medida que suas obras enriqueciam seu livro-caixa, os apartamentos e depois as casas foram crescendo em tamanho, para terminar na mansão a mercê dos ventos nos altos (quer dizer no alto, no singular, a ilha é pequena demais para ter mais de um) de Guernesey.

Por sinal, o que mesmo um apaixonado por boa comida e bons vinhos foi fazer no país dos comedores de fish’n’chips? Primeiro, é bom lembrar que apesar de serem de fato territórios súditos de Sua Majestade, Jersey e Guernesey ficam a poucas remadas da França. E por isso acostumados aos franceses e ao idioma do sotaque pontiagudo. O que servia muito bem a Hugo, que não speakava o english.

Depois, não é realmente por vontade própria que Hugo passou 19 anos exilado. É que o autor também tinha ideias bem definidas na política. Ainda que “definida” não seja exatamente a palavra justa: começou sua carreira classificado como conservador e, aos poucos, deslizou à esquerda, terminando republicano, anticlerical radical e às vezes extremista.

Deputado, Senador, Pair de France, sua importância foi tanta que ele podia ter virado… ditador após a catástrofe militar de 1870/1871. Ditador no sentido romano do termo, aquele que dita as leis para seu povo. Seu nome foi de fato cogitado quando Napoleão III, que ele detestava e era recíproco, virou carta fora do baralho após a derrota contra a Prússia.

É este príncipe que se tornou Imperador após um golpe de estado que Victor Hugo combateu nos anos passados nas ilhas anglo-normandas. “Napoleão, o Pequeno” era sua alcunha. E sua caneta e seus escritos ferozes nunca o pouparam. No entanto, e pode parecer paradoxal, foi este ódio que devolveu a Hugo o gosto da escritura, a partir de 1851.  

Porque nos oito anos precedentes, nada. Nem uma linha relevante. Por causa de uma mulher. Uma recém-casada de 19 anos, que se afogou no rio Sena com seu marido quando o barquinho deles virou. É para ela que, mais tarde, ele vai escrever um dos mais belos poemas da língua francesa, Demain, dès l’aube (Amanhã, assim que chegar o alvorecer). Uma mulher que ele amou como tantas outras, mas com ardor diferente: ela se chamava Léopoldine, era sua filha.

Sim, Hugo frequentemente representado já com certa idade, com um semblante benevolente e uma barba sabia foi um “mulherengo”. A primeira de suas mulheres foi sua oficial, é claro, Adèle, amiga de infância com quem se casou cedo, causando por sinal o desespero de seu irmão Eugène, secretamente apaixonado pela jovem e que ficou tão abalado de tristeza que caiu em depressão, foi internado num hospital psiquiátrico onde morreu 15 anos mais tarde.  

Mas logo uma outra saia entrou na vida de Hugo. Juliette Drouet é bonita, inteligente, conhece a vida, mas é uma atriz medíocre. Hugo não a deixará atuar em suas peças de teatro que são sucessos de bilheteria, mas ela terá um papel principal em sua vida de homem: a da amante titular. E não falta topete ao autor: ele a enclausura, literalmente. Ela só pode sair de casa quando ela a visita. E sua disposição precisa ser inteira, de todos os instantes. Serão cinquenta anos de vida comum, ela na pobreza, até mesmo a miséria na qual Hugo a deixa, mas sempre podendo contar com seu amor.

Não exclusivo, no entanto. As aventuras desfilam nos braços do Mestre. Ele irá até compartilhar uma mulher com seu filho Charles. Ou ainda terá noites de amor com… a criada de Juliette! Mas além das “necessidades carnais”, esta mulher que nunca dormiu num leito conjugal (ele lhe tinha alugado uma casinha perto da sua em Guernesey) ficará de fato na história como a companha de Victor Hugo, em vários poemas que ele lhe dedicou mas também, no sentido inverso, nos milhares de cartas e bilhetes que ela lhe mandou, atestando um amor incondicional.

Concluiremos essas curiosidades a respeito do homem Victor Hugo por um estranho hobby que praticou durante dois anos: fazer mesas girar. Ainda é Léopoldine, a filha desaparecida cedo demais que o assombra. E enquanto está em exilio em Jersey, uma amiga vem lhe demostrar que é possível conversar com pessoas desencarnadas por meio de “fluídos”. Estamos em 1853. A moda das mesas girantes veio dos Estados Unidos. Hugo é cético, mas o tédio de sua ilha o faz aceitar a organização de uma sessão na mesma noite.

E vem o êxtase. Morta quase na mesma data há dez anos, Léopoldine “fala” com ele. Mais tarde, será a vez de Jesus, Maomé, Shakespeare, Molière. Até a Morte virá à mesa. Durante pouco mais de dois anos, até sua partida para Guernesey, serão centenas de sessões, algumas várias vezes ao dia. Hugo, seguindo os “conselhos” do Ceifador, terá até o projeto de escrever um livro para fundar uma nova religião. No último minuto apareceu a dúvida, e a obra não será realizada.

Uma vez fora de Jersey, o assunto não interessará mais Hugo. Estamos em 1855. Em Paris, as mesas girantes estão no auge. Até as mentes mais cartesianas caem em tentação. Tal como este professor de pedagogia e autor de vários livros sobre o assunto, todos muito austeros, Hyppolyte Rivail, que aceita participar de uma sessão na casa de um amigo. Minutos mais tarde, sua vida mudará por completo. Seu nome também. Porque ele “encontrou” uma de suas encarnações precedentes. E a partir daí adotará o nome dela, Allan Kardec. Mas isto é outra história…  

FRANCÊS

Nom complet : Victor-Marie Hugo

Né à Besançon (est de la France) le 26 février 1802.

Mort à Paris le 22 mai 1885, de congestion pulmonaire.

Né sous l’empire florissant de Napoléon, et mort avec la République définitive, Hugo ne pouvait qu’être un reflet de son temps. Tour à tour poète, auteur de théâtre, journaliste, exilé politique puis Sénateur, son œuvre romancière est somme toute maigre : neuf titres, qui racontent beaucoup plus d’histoires.

Trois sont des classiques incontournables : Notre Dame de Paris, Les Misérables et Quatre-Vingt-Treize. Bien sûr, la verve d’Hugo n’est pas limitée au seul roman. En tout, ce sont 53 volumes et plus de 40 millions de caractères. C’est un des rares à avoir obtenu la reconnaissance de ses pairs (enfin, ce ne fut pas si facile que cela au début), du public (ils étaient deux millions pour entourer son cercueil sous l’Arc de Triomphe) et… de son banquier !

Avec Hugo, oubliez l’image de l’artiste maigrichon, vivant chichement et ne mangeant pas tous les jours à sa faim. Ici, on parle d’un bon bourgeois, qui aime la bonne table et n’hésite pas à se faire de petits ou de gros plaisirs. Question logement, même chose. À mesure que ses écrits remplissaient son tiroir-caisse, les appartements puis les maisons s’agrandissaient, pour terminer avec la grande bicoque battue par les vents sur les hauteurs (LA hauteur, l’île est trop petite pour en avoir plus d’une) de Guernesey.

D’ailleurs, qu’est-ce qu’un amateur de bonne chère et de bons vins est allé faire aux pays des mangeurs de fish ‘n’ chips ? D’abord, même si Jersey et Guernesey sont des bien des territoires sujets de Sa Majesté la Reine, ils sont aussi à quelques coups de rame de la France. Et donc habitués aux français et à leur langue à l’accent pointu. Cela arrangeait bien Hugo, qui ne speakait pas l’english.

Ensuite, ce n’est pas vraiment de gaité de cœur qu’Hugo a passé 19 ans en exil. C’est que l’auteur avait aussi des idées bien arrêtées en politique. Bien arrêtées n’est peut-être pas le mot juste, puisque s’il a commencé sa carrière classé chez les conservateurs, il a peu à peu glissé vers la gauche, terminant en républicain, anticlérical farouche et parfois extrémiste.

Député, Sénateur, Pair de France, son importance a été telle qu’il aurait pu devenir… dictateur après la catastrophe de 1870/1871. Dictateur dans le sens romain du terme, celui qui édicte les lois pour son peuple. Son nom a bien été cogité lorsque Napoléon III, qu’il détestait et c’était réciproque, est devenu hors-jeu après la défaite contre la Prusse.

C’est bien avec ce Prince devenu Empereur après un coup d’État que Victor Hugo a eu maille à partir pendant ces années anglo-normandes. « Napoléon, le Petit », l’a-t-il surnommé. Et sa plume et son verbe féroces ne l’ont jamais épargné. Mais paradoxalement peut-être, c’est bien cette haine qui lui a donné à nouveau le goût d’écrire, à partir de 1851.

Car pendant les huit années précédentes, rien. Pas une ligne valable. À cause d’une femme. Une jeune mariée de 19 ans, qui s’était noyée dans la Seine avec son mari quand leur barque s’est retournée. C’est pour elle que, plus tard, il écrira un des plus beaux poèmes de la langue française, « Demain, dès l’aube ». Une femme qu’il a aimée comme tant d’autres, mais d’une ardeur différente : elle s’appelait Léopoldine, c’était sa fille.

Oui, Hugo souvent représenté un peu âgé, avec un air bonhomme et une vénérable barbe a été « un homme à femmes ». Son officielle, bien sûr, Adèle, une amie d’enfance qu’il a épousée très tôt, faisant d’ailleurs le malheur de son frère Eugène, secrètement amoureux de la jeune fille, et qui deviendra tellement fou de douleur qu’il tombera en dépression et sera interné dans un hôpital psychiatrique, où il mourra 15 ans plus tard.

Mais très vite une autre jupe entre dans sa vie. Juliette Drouet est belle, intelligente, connaît la vie mais est une actrice médiocre. Hugo ne la fera pas jouer dans ses pièces qui sont de véritables succès, mais elle prendre un rôle principal dans sa vie d’homme : celui de la maîtresse en titre. Et l’auteur ne manque pas de toupet : il la cloître, littéralement. Elle ne peut sortir de chez elle que quand il vient la voir. Et sa disposition doit être entière, de tous les instants. Ce seront cinquante ans de vie commune, elle dans le dénuement, voire la pauvreté dans laquelle Hugo la laisse, mais pouvant compter sur son amour.

Enfin, pas vraiment de manière exclusive. Les aventures se succèdent dans les bras du Maître. Il ira même jusqu’à partager une femme avec son fils Charles ! Ou encore aura une liaison avec… la femme de chambre de Juliette ! Mais au-delà de ces « nécessités charnelles », il restera bien à cette femme avec laquelle il n’a jamais partagé son toit (il lui avait loué une petite maison près de la sienne à Guernesey) le titre de compagne de Victor Hugo, dans de nombreux poèmes qu’il lui a dédiés mais aussi, à l’inverse dans les milliers de lettres et billets qu’elle lui a envoyés, témoignant d’un amour inconditionnel.

Nous terminerons ces curiosités sur l’homme Victor Hugo par un drôle de hobby auquel il s’est livré pendant deux ans : faire tourner les tables. C’est toujours Léopoldine, la fille trop tôt disparue, qui le hante. Et alors qu’il est en exil à Jersey, une amie vient lui démontrer que l’on peut parler avec des personnes désincarnées par le moyen de « fluides ». Nous sommes en 1853. La mode des tables tournantes est venue des Etats-Unis. Hugo est plutôt sceptique, mais comme il s’ennuie ferme sur son île d’exil, il accepte d’organiser une séance le soir même.

Et c’est l’extase. Morte presque dix ans plus tôt jour pour jour, Léopoldine lui « parle ». Plus tard, ce sera Jésus, Mahomet, Shakespeare, Molière. La Mort même viendra à sa table. Pendant un peu plus de 2 ans, jusqu’à son départ pour Guernesey, ce seront des centaines de séances, parfois plusieurs fois par jour. Hugo, sur les « conseils » de la Faucheuse, pensera même à écrire un livre pour fonder une nouvelle religion ! Au dernier moment, un doute le prit, et l’ouvrage ne sera pas écrit.

Une fois parti de Jersey, il ne sera plus question de tables tournantes pour Hugo. Nous sommes alors en 1855. À Paris, la mode fait fureur. Même les esprits les plus cartésiens se laissent tenter. Tel ce professeur de pédagogie et auteur de plusieurs livres très sérieux, Hippolyte Rivail, qui accepte de participer à une séance chez un ami. Quelques minutes plus tard, sa vie changera complètement. Son nom aussi. Car il a « rencontré » une de ses incarnations. Et désormais, adoptera le nom de celle-ci : Allan Kardec. Mais c’est une autre histoire.

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